segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

AULA INAUGURAL

Hoje, 07 de fevereiro de 2010, (aniversário de meu irmão caçula) demos o primeiro passo de um grande jornada que é anunciada.
A recepção foi feita pela pró-reitora de graduação, Profa. Sílvia, que deu a todos as boas vindas, passando logo em seguida para os coordenadores dos cursos de Arquitetura e Urbanismo, Profa. Ana Paula, e Engenharias, Prof. Rodrigo Andolfato.
Muito entusiasmados, já foram logo propondo cumplicidade na formatação e desenvolvimento dos cursos, na relação profícua entre as turmas, nos desafios a que seremos submetidos e, sobretudo, na paixão pelo ofício que estamos abraçando.

Da Profa. Ana Paula, fiquei com a ilustração que ela fez sobre o "pensar os espaços arquitetônicos" como uma extensão de nosso próprio corpo. "A bolha" que repele e recepciona pessoas - pensei comigo - bem que daria um bom artigo em que dialogassem Arquitetura e Sociologia. (O que dizer, por exemplo, das pessoas que vão trabalhar em ônibus e metrôs feito sardinhas? O que falar de construções em determinadas comunidades em que a água do telhado da casa vizinha faz surgir uma cascata artificial no meu quintal cada vez que chove? E por aí vai...).

Do Prof. Rodrigo, seu jeito "mineiro", quase franciscano de ser. Certamente guarda dentro de si uma vontade louca de fazer tudo acontecer da melhor maneira possível. Era possível enxergar isso em seus olhos.

E não bastasse esse sabor da primeira mordida de fruta fresca e doce, reencontrar velhos amigos-mestres (não necessariamente nessa ordem) como a Profa. Roseli e o Prof. Tito.

Que alegria poder retornar à Toledo nesse momento de minha vida profissional: mais maduro, mais experiente e cheio de vontade de absorver coisas novas.

O Prof. Rodrigo sugeriu que lêssemos o artigo "Por que as estruturas caem?", sobre um caso ocorrido em Jaboatão dos Guararapes. Procurei na internet, mas não o encontrei. Não consegui pegar na hora o nome do autor do referido texto.

A Profa. Ana Paula sugeriu quem entrássemos no site www.arcoweb.com.br e "sapiássemos" por lá.
Tem muita coisa legal mesmo. Como ainda estou muito ligado ao livro (e não penso em me desligar dele), gostei de uma sugestão dada pelo site e replico-a a quem interessar:

Livro traz soluções de projeto para residências de sete a 120 metros quadrados

04.02.2011


Lançado em 2009, o livro “Mini Houses” é uma compilação de projetos de arquitetura e design de interiores que procuram solucionar os desafios causados pela redução do espaço disponível nos novos imóveis. 

Sucesso editorial, ele apresenta mais de 150 projetos de residências com metragens que vão desde sete até 120 metros quadrados, revelando como aproveitar a área disponível com combinação de ambientes, uso de espaço aéreo e ocupação de cantos, entre outras soluções. 

Com 672 páginas, o livro é um guia não apenas para arquitetos, mas também para quem mora nos imóveis, e a maioria das soluções apresentadas são focadas em moradores que passam a maior parte do dia fora de casa, como adultos que vivem sozinhos ou casais sem filhos. 

Serviço:- “Mini Houses”.
- Autor: Simone Schleifer.
- Editora: Loft.
- 2009.
- Português, inglês, espanhol e italiano.
- Dimensões: 20 por 20cm.
- 672 páginas.
- Capa: Brochura.
- Preço: R$ 89,90.

Compre na Prolivros: www.prolivros.com.br


Como diria o Pernalonga, por hoje é só pessoal!

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

UM SONHO NO SÓTÃO


Antonio Luceni

Há dez anos concluía minha primeira graduação. Curso de Letras. Uma aventura àquela altura para um nordestino, como tantos outros nordestinos, retirado aos dois anos de idade sobre um pau-de-arara para, junto com a família, tentar a sorte na cidade grande – e põe grande nisso –, São Paulo.
Com muito esforço e dedicação consegui fazer o curso. Madrugadas a fio estudando – já que durante o dia tinha que trabalhar para ajudar em casa e saldar parte do valor da mensalidade que era complementada pintando painéis para festas infantis, feiras de livros e tudo o mais que aparecesse pela frente.
Com a ajuda de Deus e da minha família – principalmente de minha mãe, Maria, em janeiro de 2000 estava colocando grau em um curso superior o primeiro membro de nossa família inteira, tanto da parte de minha mãe quanto da de meu pai.
De lá pra cá nunca mais parei. A pós-graduação e o mestrado foram subsequentes, incluindo, mais recentemente, uma graduação em Artes Visuais.
No final do ano passado uma ideia louca ocorreu-me: prestar novo vestibular para um curso que surgira na cidade e que há muito tempo estava no sótão do meu coração: Arquitetura.
No sótão, mas nem por isso largado, encoberto ou empoeirado. Estava lá porque é um curso razoavelmente caro, universidades públicas distantes de Araçatuba e, como disse, um severino como eu tinha que se colocar em seu devido lugar. Onde já se viu, um nordestino metido a besta, com desejos e sonhos de conquistar o mundo querendo fazer um curso de Arquitetura? Coisa de bacana, de burguesinho, filhinho de papai...
Aí me coloquei em meu lugar. No lugar onde todo ser humano deve estar. Um lugar de sonho e de esperança. Um lugar de fé e de certeza que “em se plantando, tudo dá.”
Durante estes anos todos visitava o sótão constantemente. Limpava meu sonho, conversava com ele, alimentava-o ao andar pelas ruas da minha cidade e de outras tantas nas quais tive oportunidade de pisar, nas revistas especializadas, em minha própria casa, ao construí-la.
“Será que vou conseguir? Já faz tanto tempo que estou longe da matemática, da química, da física... Faz tanto tempo que não leio nada muito mais aprofundado de geografia e história... Acho que vou me expor. Nem precisaria enfrentar outro vestibular, é minha terceira graduação... Tô nem aí, nunca fugi de desafios, mesmo.”
Veio o dia da divulgação dos resultados do vestibular. Tentei buscar minha classificação pela internet, assim poderia encarar com mais tranquilidade qualquer que fosse o resultado. Bobeira, tudo congestionado. Tive que ir presencialmente.
A listagem em ordem alfabética. “Moça, o que significa esse ‘1’ na frente do meu nome?”. A resposta foi antecedida por um sorriso gentil. “É que você passou em primeiro lugar.”
Eu nem podia acreditar no que estava ouvindo. Segundo o próprio Bruno Toledo, que passou de sala em sala cumprimentando a todos os vestibulandos no dia da prova, o maior vestibular da história da Toledo. Depois fiquei sabendo também que o curso de Arquitetura e Urbanismo foi tão concorrido quanto o de Direito, já tradicional na instituição.
Nesta semana as aulas foram iniciadas. Começa aqui uma nova jornada em minha vida que se estenderá pelos próximos cinco anos. Há que se tomar um novo fôlego, há que se entusiasmar com tantas provas, trabalhos, noites a fio novamente...
Mas o que quer dizer isso frente a realização de um sonho?

Antonio Luceni mestre em Letras e escritor, Coordenador Regional da UBE.